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sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Arte | Meios sobre Papel

O papel é absorvente mas, ao contrário da tela, não suporta camadas de primário e tinta de óleo. Contudo, é ideal para desenhar com uma variedade de meios, pois é leve e portátil. O papel consiste numa trama de fibras que recebe partículas de chumbo, carvão ou seja o que for que o artista decidir usar. Até o papel que parece completamente liso tem fibras suficientes para fixar os meios utilizados em desenho. Os papéis mais pesados (de gramagem superior) são excelentes para a aguarela, uma tinta de água geralmente aplicada em camadas finas. Dos papéis texturados tira-se partido da sua superfície.

Aguarela

Aplicada em aguadas de cores delicadas a aguarela é transparente e permite ao papel brilhar através dela. É boa para esboços, pois o artista só precisa da rodela de cor (pastilha), água e pincéis. Pode ser usada para obras mais detalhadas deixando secar uma camada de tinta antes de aplicar a seguinte.


Rua Augusta - Lisboa, Paulo Ossião

Pastel

Os pastéis - cilindros ou paralelipipedos de cor ligada com goma ou resina - existem na sua forma moderna há mais de 200 anos. Compram-se já feitos numa diversidade de cores e tonalidades e aplicam-se directamente, em geral a papel de gramagem média (linhas paralelas). Traços paralelos, como nas costas da bailarina do centro, em cima, são uma forma de criar gradações neste meio versátil. As cores podem ser misturadas ou sobrepostas.



Bailarinas Azuis, Edgar Degas, c. 1899

Degas deixou o papel à vista em determinadas zonas, por exemplo para realçar os ombros e os braços das bailarinas. A sua brancura destaca-se no azul predominante. Uma mistura de azuis sobre o papel criou uma área densa e mate de azul nos corpetes das bailarinas.


Lápis Conté

Inventado por Nicolas-Jacques Conté, cientista francês do séc. XVIII, estes lápis podem ser usados de ambas as extremidades para pintar ou, na vertical, para desenhar. O pigmento é misturado com uma substância cerosa ou oleosa, por isso são mais duros e menos frágeis do que o pastel ou o giz. As partículas aderem ao papel e não é preciso pulverizá-las com um fixador à base de resina líquida para mantê-las no lugar.

Giz

Este meio, usado nas pinturas rupestres pré-históricas, atingiu a maioridade no Renascimento, pelas mãos de Leonardo da Vinci e Miguel Ângelo e, mais tarde, do artista barroco Watteau. O giz branco era obtido a partir do calcário, o vermelho da argila e o negro de pedras como o xisto. Hoje, os pigmentos do giz são artifíciais e, quando comprimidos em paus de giz, assemelham-se aos lápis conté e pastéis.

Lápis

Usam-se cilindros, ou minas de grafite - variedade de carbono - encaixados em madeira desde o séc. XVI. Nicolas-Jacques Conté inventou vários tipos de lápis de durezas diferentes, usados magistralmente por artistas franceses como Ingres e Géricault.

Carvão

O carvão, que remonta à Roma Antiga, risca facilmente a superfície de desenho. É pois, muito apreciado para esboços prévios, pois é fácil apagar possíveis erros e a sua impermanência não importa, já que vai ser pintado por cima. As obras a carvão têm de ser pulverizadas com um fixador (resina líquida) para que o desenho resista ao tempo.

Tinta da China

Usada pela primeira vez na China e no Egipto cerca de 2500 a. C., quando se misturou pigmento Negro de Fumo com água, a tinta serve para escrever e desenhar. Pode também ser usada para obras muito detalhadas.

, auxíliado por Grande Enciclopédia da Arte, Civilização Editores, lda.

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